Nasceu! E agora? – Os primeiros dias com o Gabriel no hospital

Ok! Gabriel nasceu! Lindo, maravilho, cheiroso… mas e agora?! Lembro que durante a gravidez, muitas mães deram-me conselhos sobre os dias em que ficaríamos internados no hospital, para aproveitar esse tempo e descansar, aprender, pedir ajuda, e eu inocente, fiquei na expectativa de ter isso. Aaahhh se eu soubesse o que me esperava…

2014-10-03 09.47.10 (1)

Logo de cara já digo, os dois dias que ficamos no hospital, foi péssimo, frustrante, aterrorizante! Eu achei que iria enlouquecer ou sair de lá com uma super depressão pós-parto. O Gabriel foi para o quarto, junto de mim, algumas horas depois do seu nascimento e assim que adentrou, veio deliciar-se em sua primeira mamada (esses detalhes ficam para um outro post – aguardem!). Porém, as horas foram passando e o clima gostoso foi mudando. Como diria minha mãe, durante o dia “eram só alegrias”, mas as noites, necessariamente após as trocas de turno, o caos se instalava.

Sinceramente, aahhhh que ódio de não sermos orientadas sobre algumas situações de extrema importância antes de elas acontecerem! Na primeira noite, o Gabriel começou a se engasgar e soltar um líquido que parecia água suja, a primeira vez que aconteceu (porque foram várias) eu estava sonolenta e não notei, minha mãe que estava observando, tirou-o imediatamente de seu bercinho e saiu correndo do quarto, sem me dar explicações, e eu em pânico, recém operada e com muitas dores, quase voei da cama atrás dela, “o que essa louca pensa que está fazendo com o meu filho!!” pensei. A enfermeira que estava próximo a porta do quarto, entrou com a minha mãe e meu filho e explicou que bebês que nascem de cesariana, bebem muita água do parto, e ao longo de algumas horas, eles soltam aos poucos essa água. MEU DEUS!! Porque não me alertaram disso antes, não teria corrido o risco de abrir meus pontos e esganar a minha mãe (mentirinha). Depois do susto, agora estávamos cientes e sabíamos o que fazer.

A amamentação só deu certo na primeira vez (ou nos turnos do dia rs), porque nas demais ou 1. o Gabriel não conseguia pegar meu seio da forma correta, e aí chorava, chorava e chorava, ou 2. usava meu seio de chupeta incansavelmente. Na situação 1, sempre que eu podia, pedia ajuda a enfermeira, queria aprender a ajudar meu filho a aprender, porque sozinha nunca dava certo, era incrível e quando a enfermeira vinha ajudar (quase nunca rs) ela magicamente fazia aquele serzinho abocanhar direitinho, aí por conta disso eu ouvia “Mãezinha você não está fazendo direito, você está de má vontade, você não quer amamentar seu filho? Que feio, você tem que ter paciência”. Resultado: eu me senti um lixo. Poxa vida, estava fazendo tudo o que era possível, tentando, tentando e tentando. Ahh e tem mais “Você tem que parar de ser ruim e dar de mamar para seu filho, ele não pode ficar sem leite por mais de 3 horas porque senão a glicose dele irá cair e ele passará mal”. Aaaahhh socorrooo, meu filho vai entrar em colapso daqui a pouco. Em uma das madrugadas deram a ele fórmula, na mamadeira, fugindo totalmente à regra do hospital, fiquei horrorizada, fizeram sem meu consentimento. E é assim mesmo, cada enfermeira faz e fala algo diferente: “Amamentar de 3 em 3h; de 4 em 4h; você deve amamentar sempre que ele quiser; você está mimando seu filho colocando ele no peito toda hora; assim que o bebê nasce, ele tem uma reserva de até 12h, não se preocupe…” E assim chegamos a situação 2, segunda noite no hospital, passei a madrugada inteiraaa com ele pendurado no meu seio, uma forma péssima que achei para fazê-lo mamar de algum jeito e me sentir menos culpada. Chorei a noite inteira, meus seios racharam, sangraram e conclusão “Mãezinha, você está de má vontade e fazendo besteira, da chupeta para essa criança, sua boba”. Aaaahhhh quero ir embora.

Mas eu tinha que sofrer só mais um pouquinho… Passados os 2 dias de internação, finalmente o Gabriel havia recebido alta e só estávamos esperando a minha alta ser liberada, mas a pessoinha aqui, inocentemente, informou a enfermeira que havia algumas horas que eu estava sentindo dor de cabeça, que não cessavam diante dos medicamentos que me era oferecido. Ligaram para minha obstetra, ela pediu para que outro obstetra que se encontrava no hospital cuidasse de mim, enquanto ela estava a caminho (ela estava em outra cidade nessa hora). Eu estava tendo uma reação a anestesia. Deram-me mais remédios e passei a ficar deitada o tempo todo. Sem sucesso, a dor não passava. Ligaram mais uma vez para a obstetra, passaram o telefone para mim, e diante da minha resposta sem melhoras ela me informa então que eu passaria mais uma noite no hospital. WHAT? Não pode ser!! Em choque, desliguei o telefone, fui para o quarto, abracei meu marido e desabei a chorar “Eu não posso ficar aqui mais uma noite, eu não aguento mais, eu não tenho estrutura psicológica para viver mais uma noite aterrorizante, pelo amor de Deus eu quero minha casaaaa!!” Quem diria né, mas foi exatamente isso que desejei, ir embora o mais rápido possível.

Algumas horas depois, sem melhoras e após conversar com meu marido, liguei para a obstetra e menti, disse que estava bem, e que queria ir embora. Tive que esperá-la chegar ao hospital, conversar comigo (e eu fingindo uma cara maravilhosa), para enfim me dar alta. Uffa!!! Acabou, nem acredito, vamos finalmente embora para casa.Troquei-me rapidamente, antes que ela mudasse de ideia, ouvi todas as recomendações necessárias e as 18h30 despedi-me do hospital.

Considerações finais: “Quando nasce um bebê, nasce uma mãe!” Mentiraaa, a mãe só vem com o tempo, fato; “Confie no seu jeito”, mesmo dos profissionais da saúde, ouvimos informações diferentes sobre um mesmo assunto, apenas confiando em nosso jeito e tentando manter a cabeça no lugar (o que é extremamente difícil nos primeiros meses), é que as coisas irão fluir.

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