Carta de um recém nascido

A chegada de um bebê é carregada de felicidade, entusiamo e curiosidade. Pais, familiares, amigos, todos se contagiam… Porém, muitas vezes se esquecem da importância dos cuidados iniciais com esse novo serzinho, já querem logo visitá-lo, pegá-lo, embalá-lo, beijá-lo, enfim, toda essa agitação pode e certamente irá incomodar o pequeno, que acabou de chegar ao mundo e não faz ideia do que está acontecendo.

Sendo assim, trago uma cartinha, na visão do recém nascido, com orientações dos cuidados que ele gostaria muito que tivessem com ele. Confiram:

Gabriel Amaral - 10 dias de vida

Gabriel Amaral – 10 dias de vida

Carta de um recém nascido

Olá!

“Eu acabei de nascer, preciso de silêncio!

Eu preciso dormir bastante, por favor,
só me acorde para ser amamentado ou trocado.

Não exija demais da minha mãe,
alguns palpites podem confundi-la!

Eu sei que sou fofinho, mas ficar de colo
em colo não é confortável para mim…

Se for me pegar, lave muito bem suas mãos.

Não me compare a outros bebês, pois cada
qual possui suas particularidades.

Meu nariz é muito sensível,
não use perfume quando vier me visitar.

Eu adoro chupar dedo, evite pegar
nas minhas mãozinhas.

Eu adoro seus carinhos, mas beijos podem
me causar problemas.

Se estiver resfriado, volte outro dia.

Teremos outras oportunidades
de nos conhecermos melhor…

Obrigado, daqui a pouco vou crescer
e a gente vai se curtir bem mais.”

(Autor desconhecido)

3 verdades sobre as mães que dão a luz por cesárea

Para as mamães que passaram por uma cirurgia para trazer seus filhos ao mundo e por alguma razão sentem-se culpadas pela escolha (eu me senti assim por algum tempo); para as mamães que escolheram a cirurgia com tranquilidade; para as mamães que não tiveram escolha; para as mamães que não entendem e por isso criticam as outras mamães que fizeram a escolha ou simplesmente não tiveram a opção.

Para todas essas mamães, dentre outras que existem por aí afora, eu dedico esse emocionante texto, escrito pela escritora e fotógrafa de partos Monet Moutrie.

3 verdades sobre as mães que dão à luz por cesárea
(por Monet Moutrie)

Como fotógrafa de partos, sou convidada para captar algumas das histórias mais importantes na vida de famílias. Eu penetro no espaço íntimo das famílias e documento os momentos pequenos e grandiosos que acontecem no parto. Conto a história da entrada de um filho no mundo. As lutas, os medos, a dor, a alegria.

Essas histórias são belíssimas.

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Vejo um certo tipo de parto sendo enaltecido como ideal, e em meu trabalho eu capto muitos partos que correspondem a esse padrão. O fictício “grande troféu do parto” sempre parece ficar com os partos vaginais sem anestesia, em que a mãe e seu parceiro participam ativamente, sem serem tolhidos por médicos ou enfermeiras. Ontem à noite li uma história estarrecedora sobre uma mãe que deu à luz em sua própria banheira, em casa, sem que isso tivesse sido planejado. O marido dela recebeu o bebê nas mãos, porque não havia mais ninguém presente. Eles estavam em casa, ficaram sentados no sofá, curtindo toda a beleza daquele momento. Foi uma história de parto incrível, e tenho certeza que será transmitida inúmeras vezes.

Alguns de vocês podem ter lido sobre o parto vaginal espantoso que fotografei em fevereiro, em que o bebê nasceu pelos pés. A mãe estava sendo preparada para uma cesárea de emergência quando sentiu necessidade tão urgente de empurrar que sua filha nasceu quando ela já estava na mesa de cirurgia, e os pés saíram primeiro. Foi mais uma história incrível de parto que inspirou inúmeras mulheres a não desistirem do que querem em matéria de parto.

Mas ultimamente ando pensando nos casos das mães cujas histórias nem sempre recebem likes, que não ganham parabéns e cujas histórias de parto não são compartilhadas no Facebook. Ando pensando nas histórias de parto por cesárea e das mulheres corajosas que dão à luz com tanta beleza e força.

Proponho que valorizemos estas três verdades relativas às mães de cesárea.

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1. As mães que dão à luz por cesariana são corajosas.

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Os preparativos para uma cesárea não são fáceis. Muitas vezes o companheiro da mãe não pode ficar com ela, ou então só pode entrar depois de ela ter recebido a anestesia peridural e todo o mundo ter “assumido suas posições”. Ou seja, enquanto médicos e enfermeiras se movimentam para todo lado, preparando a sala de cirurgia para o parto (e talvez conversando sobre o almoço ou sobre o filme que viram no fim de semana), a gestante fica sentada numa mesa gelada de operação, pensando no que vem pela frente, muitas vezes assustada e sentindo-se muito só.

Nessas horas, a mãe de cesárea preciso se aferrar ao amor enorme que tem por seu bebê. Ela deixa o medo chegar… e então o deixa partir. Ela sabe que, nesse momento, o que é melhor para seu filho é isso, mesmo que “isso” seja uma cirurgia de grande porte, que envolve cortes e cicatrizes. Mesmo que “o que é melhor” envolva abrir mão do sonho ou da visão de parto que ela vem alimentando há nove meses.

Se você nunca passou por uma cesariana, experimente visualizar a realidade difícil desse momento. Ponha-se no lugar dessa gestante, em cima dessa mesa, esperando, possivelmente com medo. Acho que você vai perceber na hora como são corajosas as mães que dão à luz por cesárea.

2. As mães que dão à luz por cesárea são fortes.

Poucas mães dirão que uma cesariana foi a primeira opção que lhes veio à cabeça quando pensaram em dar à luz. Na melhor das hipóteses, a cesárea é algo que é feito por necessidade médica; na pior, pode ser feita devido às práticas desatualizadas do médico ou para a conveniência dele.

Algumas mães têm semanas para se prepararem mentalmente para mudar seus planos para o parto, mas outras têm apenas dias, horas ou mesmo minutos. De repente, tudo que a mãe visualizou para aquele momento em que vai encontrar seu filho cara a cara mudou. Seu plano de parto foi descartado. O que há pela frente é uma cirurgia. Ela não sabe quanto tempo terá que esperar depois do parto para poder segurar seu filho nos braços.

Nós, humanos, geralmente não nos damos bem com situações em que as coisas mudam de repente. Mesmo assim, as mães que dão à luz por cesárea encontram um jeito de abrir mão do orgulho e convocar aquela força interior que lhes permite encarar a nova realidade e dar à luz.
Então acontece a cirurgia. O corte, a sutura. A recuperação completa muitas vezes leva meses.

Depois de uma cirurgia de grande porte, a maioria de nós gostaria de ficar descansando, curtindo um prato de sorvete e uma pilha de filmes, mas as mães que deram à luz por cesárea fazem o contrário. Elas cuidam de seus bebês lindos e indefesos, os alimentam, criam vínculos com eles.

Essas mulheres são muito fortes, física e emocionalmente. E essa força não se manifesta necessariamente apenas no dia do parto: ela precisa continuar presente nas semanas, nos meses e nos anos que vêm pela frente. Enquanto isso, o corpo e a alma da mãe se refazem, e ela cria novos sonhos com seu filhinho no colo.

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3. As mães que dão à luz por cesárea são belas.

A maternidade deixa cicatrizes em todas nós. Algumas delas são emocionais, e outras são físicas. As mães por cesárea muitas vezes têm os dois tipos. Mas suas cicatrizes são sinais da força e da coragem que elas tiveram quando puseram seus filhos no mundo. A cicatriz de uma mãe por cesárea é a porta pela qual passou seu filho em sua passagem de um mundo para outro.

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Fico fascinada pelo caráter distinto de cada cicatriz: a textura, o comprimento, a localização. Cada cicatriz é singular, e cada história de parto por cesárea, também. As cicatrizes são belas e merecem ser elogiadas. Em vez de criticar as mães que dão à luz por cesárea, precisamos incentivá-las a mostrar ao mundo suas cicatrizes de coragem e força.

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/monet-moutrie/3-verdades-sobre-as-maes-_b_7268226.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004

Eu mimo meu bebê. E você?

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Se dar colo ao bebê quando ele precisa é mimar. Então eu mimo.
Se embalar o bebê para ajudá-lo a dormir é mimar. Então eu mimo.
Se atender ao choro do bebê é mimar. Então eu mimo.
Se amamentar o bebê por livre demanda é mimar. Então eu mimo.
Se brincar, cantar, cozinhar para o bebê é mimar. Então eu mimo.
Eu mimo dando amor, mimo distribuindo carinho,
Mimo enchendo-o de beijos e consolando seus choros.
Eu amo mimar!
E você, também mima o seu bebê?

(por Pâmela Regina Amaral)

Quando nasce um bebê, nascem também os “bem intencionados” pitaqueiros (aqueles que acham que dão “conselhos”): “Não fique com ele no colo o tempo todo! Deixa esse bebê chorar, é bom para abrir os pulmões! Amamentando de novo? Vai mimá-lo.” Quem nunca ouviu “conselhos” como estes?

Até bem pouco tempo atrás eu era adepta a todos esses “conselhos”, diria até paranóica nos cuidados com o Gabriel, por medo de mimá-lo. Não o pegava muito no colo, não o embalava, não permitia ele dormir no meu colo, não cantava para ele, dentre outras coisas. Imagina isso, que absurdo.

Mas se tem uma coisa que eu aprendi nesses 7 meses de convívio com o Gabriel é que um bebê necessita de segurança. Sim, segurança. Só assim ele passa a sentir confiança em si mesmo, nos pais e nas pessoas a sua volta. E a melhor forma de transmitir segurança para um bebê é suprindo as suas necessidades básicas. Observando os cuidados que meu marido (o pai), tem com ele, pude notar uma crescente evolução afetiva no Gabriel, afinal carinho é carinho, e quando ele necessita é gostoso e necessário suprir.

Lembro que em um dos meus momentos de pesquisa, li a seguinte frase “Um bebê que chora não é “mau”, “manipulativo” ou “difícil”, apenas normal. Como qualquer outro ser humano, ele necessita de alimento quando está com fome, companhia quando está sozinho, estímulo quando entediado, e conforto quando com dor, tristeza ou estressado.” – (É possível mimar um bebê? – do blog Psiquiatria e Toxicodependência). E é bem por aí mesmo, a diferença deles para nós é que eles necessitam de conforto com maior frequência, por sentirem com muita intensidade e não controlarem ou entenderem esses sentimentos todos.

É claro que eu acredito em algumas coisas como o bebê reconhecer seu cantinho na casa desde cedo, aprender a dormir sozinho. O Gabriel, por exemplo, foi para o quartinho dele com 18 dias de vida, sozinho. Antes disso, ele dormia em nosso quarto, no carrinho, pois nunca permitimos que dormisse em nossa cama por questões de segurança e, futuramente, por respeito e privacidade. Ele também, na maioria das vezes, é capaz de pegar no sono sozinho, ou quando ele começa a ficar sonolento no meu colo, coloco-o imediatamente no berço. Achei importante ensiná-lo isso, para que ele conseguisse voltar a dormir por conta própria naqueles acordadas repentinas da madrugada. Mas não nego os momentos que ele precisa de colo ou de ajuda para dormir. É tão gostoso. E tenho que confessar, as vezes sou eu a carente que necessita senti-lo no colo (e as vezes ele não quer), ainda mais quando lembro que um dia ele não precisará e nem irá querer mais esse grude todo.

Mas vale lembrar que respeito ao método dos outros vem em primeiro lugar, sempre. Cada criança é única e adaptável a algum tipo de método. O que funciona pra um, não necessariamente funcionará para outro, afinal nenhum ser humano é igual ao outro. E fiquem tranquilos vocês papais e mamães que “mimam”seu bebês, não se mima um bebê cuidando bem dele.

PS: MIMAR – 1. dar mimo a, amimar, ser carinhoso com; 2. figurado tratar ou educar com excessiva indulgência (Fonte: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/mimar)

Em uma “tranquila” noite de sono…

Depois que o Gabriel nasceu, o ato de ir dormir definitivamente nunca mais foi o mesmo, nem para meu marido, muito menos para mim. Mas situações engraçadas acontecem até nesses momentos. Que bom né (rs).

Kleine Füße unter der Decke

Há uns dias atrás, meu marido e eu pegamos no sono segurando as mãos um do outro, com os braços entrelaçados. O cansaço era tanto, que passamos boa parte da noite dessa forma. Eis que, no meio da madrugada, meu marido começa a acariciar meu braço dizendo “Nossa o Gabriel dormiu com a gente, que gostoso, toma cuidado Pam” e eu entrei na onda e comecei a acariciar o braço dele também, acreditando realmente na situação.

OBS: nunca permitimos nosso filho dormir na cama conosco.

Até que eu acordei e notei que não era nosso filho, e sim os nossos braços, que ainda estavam entrelaçados. Claro que eu comecei a rir, até que ele acordou e notou o que estava acontecendo. Rimos muito juntos.

A propósito tive minha vingança, pois já me aconteceu algumas vezes de acordar preocupada achando que o Gabriel estava conosco.

E vocês, já passaram por alguma situação parecida? Divida conosco nos comentários.